Com economia em retomada, balança de MS acumula saldo bilionário

Dados são do Ministério do Desenvolvimento e foram divulgados pela Semagro em carta de conjuntura.

Porto Murtinho é hoje um dos principais polos da exportação da produção regional de grãos para fora do País (Foto: Chico Ribeiro/Divulgação/GovMS)

 

A economia de Mato Grosso do Sul passa por um momento de plena retomada após a crise da covid-19, que afetou todo o mundo. A recuperação do setor, com projeção de melhoras, é possível ser verificada em vários indicadores, um deles é o saldo da balança comercial – que confronta os valores de exportação com os de importação.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgados pelo próprio Governo do Estado apontam exatos US$ 3,6 bilhões de saldo positivo acumulado entre janeiro e setembro deste ano.

 

Ou seja, o valor arrecadado nesse período com as exportações foi US$ 3,6 bilhões superior ao gasto no Estado importando produtos. Como é de praxe, o agronegócio é quem puxa a balança comercial para cima, tendo como principal comprador a China.

Na cotação atual do dólar, que fechou ontem (6) em R$ 5,51, o valor representa R$ 19,83 bilhões. Isso foi alcançado graças à venda de volume correspondente à US$ 5,42 bilhões para o mercado internacional, enquanto outros 1,82 bilhão de dólares foi pago em importações – o dólar é usado pois segue como moeda padrão no mundo.

 


Soja é o principal produto e representa mais de 1/3 das exportações de MS; China é o principal destino (Foto: Arquivo/GovMS)

 

Alta de 16,09% – Comparando o valor ao mesmo período do ano passado, Mato Grosso do Sul já soma em 2021 um aumento de 16,09% na balança comercial – o valor de 2020 foi de 4,6 bilhões de dólares em exportações e US$ 1,4 bilhão em importações.

Compilados na Carta de Conjuntura nº 71 da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), os números apontam que a soja e a celulose são os produtos responsáveis pela alta.

No caso do grão oleaginoso, sua venda ao mercado externo correspondeu a 37,69% do total comercializado por Mato Grosso do Sul, enquanto a celulose ficou com 20,93% – número que deve aumentar quando a maior unidade de fabricação de celuluse do mundo, da empresa Suzano, ser erguida e entrar em operação em Ribas do Rio Pardo.

Já com relação aos produtos que apresentaram aumento de valor exportado, destacam-se a carne bovina, com acréscimo de 27,93% em relação ao ano passado, e às carnes de aves -essas tiveram aumento de 28,5%. Outros produtos que tiveram bom desempenho foram os derivados da soja, que chegaram à marca de 56,29% a mais que em 2021.

Projeto da ponte sobre o Rio Paraguai, que vai ligar o município paraguaio Carmelo Peralta a Porto Murtinho (Imagem: Divulgação/GovMS)

 

Destino: China – A China, país com a maior população do planeta e uma das economias mais pujantes da atualidade, permanece como principal destino das exportações. O país asiático, principal foco da construção da Rota Bioceânica, é o destino de 48,33% dos volumes exportados – número que corresponde a US$ 2,620 bilhões.

Entre janeiro e setembro do ano passado a China comprou de Mato Grosso do Sul 2,295 bilhões de dólares em mercadorias, o que equivale a 49,15% do total das exportações do Estado naquele período. Já o segundo principal destino das exportações sul-mato-grossenses são os Estados Unidos, que compraram US$ 286,3 milhões.

O número equivale a 5,28% do total exportado até setembro deste ano. No mesmo período do ano passado os EUA compraram US$ 187,2 milhões, o que representou apenas 4,01% do total. O aumento monetário das exportações para os EUA foi de 52,93%.

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