Eficiência na fiscalização agropecuária contribui para suspensão da vacinação contra febre aftosa em MS
Mato Grosso do Sul irá suspender a vacinação contra a febre aftosa a partir de 2023. A medida ocorrerá após a última etapa da imunização a ser realizada em novembro de 2022 e foi anunciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) durante a abertura da 87ª edição da ExpoZebu, em Uberaba (MG), no último sábado (30).
O Inspetor Regional de Costa Rica da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), o fiscal estadual agropecuário Giuliano Rodrigo Caseiro Oliveira, explica que a suspensão é resultado de uma série de ações para garantir a sanidade do rebanho sul-mato-grossense, entre elas, a atuação constante dos fiscais estaduais agropecuários.
“Realizamos um trabalho diário de fiscalização, que inclui a atuação nas revendas de vacinas para verificar, por exemplo, se está refrigerada na temperatura adequada, que é de 2º a 8ºC. Tem a fiscalização nas propriedades, o acompanhamento da vacinação e a realização de imunização em propriedades menores e assentamentos, que é o que chamamos de ‘agulha oficial’”, explica o inspetor da Iagro.
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A fiscalização agropecuária acontece tanto durante as campanhas de vacinação, como também entre as campanhas, para verificar contagem do rebanho, eventos sanitários, denúncias e outras situações relevantes para o controle e sanidade animal.
Também faz parte da rotina de trabalho dos fiscais agropecuários o controle sanitário nas aglomerações (eventos, leilões) e a fiscalização do trânsito de animais.
Além de Mato Grosso do Sul, a suspensão da vacinação contra febre aftosa também ocorrerá nos demais estados que integram o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA): Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins, além do Distrito Federal.
Ao todo, aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país.
Controle sanitário
O Inspetor Regional da Iagro, Giuliano Oliveira, explica que o trabalho de fiscalização agropecuária foi fundamental para a conquista da suspensão da vacinação contra a febre aftosa e será ainda mais importante para a manutenção desse status.
“Vamos aumentar a fiscalização nas propriedades, as auditorias nas aglomerações e no trânsito de animais. Com o Programa de Vigilância Sanitária Agropecuária de Fronteiras Lobo Guará, por exemplo, vamos intensificar o controle nas regiões de fronteira com o Paraguai e a Bolívia, com fiscais rodando diuturnamente para evitar a reintrodução da febre aftosa em nosso Estado”.
O Programa de Vigilância Sanitária Agropecuária de Fronteiras Lobo Guará foi instituído por meio de decreto publicado pelo Governo do Estado, no dia 25 de abril, visando reforçar a segurança sanitária animal e vegetal em 13 municípios da região de fronteira de Mato Grosso do Sul.
Outro ponto destacado pelo fiscal estadual agropecuário é a educação sanitária e a conscientização. Um trabalho já realizado pelos servidores que também será intensificado.
“Precisamos estreitar esse contato com o produtor rural, precisamos de rapidez na notificação para evitar a disseminação de qualquer doença. A manutenção da sanidade do rebanho sul-mato-grossense depende dessa parceria entre a Iagro e o produtor. Tem a fiscalização, mas também a parte de conscientização, que é muito importante”, explica Giuliano Oliveira.
A suspensão da imunização contra a febre aftosa resultará ainda na abertura de novos mercados. “Com a retirada da vacina, o valor agregado da nossa carne aumenta, quem não compra agora vai comprar, e quem já compra, vai comprar mais. Mato Grosso do Sul poderá vender carne para o mundo inteiro praticamente”, destaca o inspetor da Iagro.
“Considerando a intensificação da fiscalização agropecuária e o crescimento econômico do Estado, o Sifems destaca que é imprescindível a valorização dos fiscais estaduais agropecuários, os quais desempenharam papel importante e essencial para o alcance desta conquista e extremamente imprescindível para a manutenção do Status alcançado para o rebanho sul-mato-grossense”, ressalta o presidente do Sifems, Mauro Rodrigo Rossetti.
O último foco de Febre Aftosa identificado no estado ocorreu no ano de 2006, e desde 2018 todo o território nacional é reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa (zonas com e sem vacinação).
A suspensão da vacinação faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previstas no PE-PNEFA. A meta é que todo o território brasileiro seja considerado livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
Por: Assessoria de Comunicação do Sifems
Fotos: Giuliano Oliveira