Viagem Santa: PF busca drogas em ônibus que levavam fiéis de MS para Aparecida

Com ajuda de cães farejadores, a PF () busca drogas em ônibus de turismo em , a 225 quilômetros de Campo Grande, durante a Operação ‘ Santa’, que investiga tráfico interestadual de drogas. O esquema se baseava em uma viagem bancada por um suposto pagador de promessas até Aparecida (SP), para que então fiéis visitassem a cidade e a organização criminosa pudesse levar a droga, despistando as fiscalizações policiais com a viagem turística.

Nesta quinta-feira (21), a equipe da PF com apoio da  faz buscas em vários ônibus da empresa de fachada. Ao total, 12 ônibus avaliados em R$ 11 milhões seriam usados no esquema. Um deles foi apreendido e também estão na sede da PF em  algumas motos, apreendidas durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, que são 14. Os policiais cumprem outros 10 mandados, de prisão temporária. Até o momento, não há informações de quem foi preso.

A operação desta quinta-feira (21) chama-se ‘ Santa’. Isso porque, a organização criminosa criou empresas de turismo religioso de fachada para levarem a droga de MS até a cidade de Aparecida, em São Paulo, onde fica o Santuário Nacional de , diariamente frequentado por centenas de fieis de todo o Brasil.

Dessa forma, a fim de não chamar a atenção, a estratégia criada pelos ‘empresários’ envolvidos no esquema era dizer que um pagador de promessas custeava transporte, alimentação e hospedagem, assim justificando a gratuidade das viagens aos fiéis.

Os mandados estão sendo cumpridos em  e Deodápolis. Durante a operação, foram sequestrados e bloqueados mais de R$ 10 milhões em bens móveis, imóveis da organização criminosa e de valores depositados em contas bancárias dos investigados, além de 12 ônibus avaliados em mais de R$ 11 milhões. Ao todo foram cumpridas 44 ordens judiciais. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Cidade de .

Investigação

De acordo com a PF, a investigação começou em 2019 após apreensão de mais de meia tonelada de cocaína em ônibus de transporte de passageiros que seguia para São Paulo, também 400 quilos de maconha, em compartimentos ocultos. À época das apreensões, os motoristas foram responsabilizados pelo transporte da droga. No entanto, a investigação apurou que se tratavam de empresas de fachada – todas sediadas em  -, criadas para o transporte interestadual da droga e lavagem do dinheiro do tráfico.

A organização criminosa era dividida em três núcleos: um era responsável pela logística de carregamento e transporte da droga; outro pelo agenciamento das viagens e pelo recrutamento dos passageiros e o outro pela lavagem de dinheiro. O ‘pagador de promessas’ bancava todas as despesas de transporte, alimentação e hospedagem dos passageiros. Na verdade, todos os custos da viagem eram bancados com o lucro da venda da droga que era transportada nos ônibus.

Fonte: Midiamax

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