MS concentra dois dos biomas com maiores índices de espécies ameaçadas
Berço de uma das maiores biodiversidades do Brasil, Mato Grosso do Sul concentra dois dos biomas com maior número de espécies ameaçadas extinção, é o que revela a pesquisa Contas de Ecossistemas divulgada nesta quarta-feira (24), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A fauna e flora sul-mato-grossenses é dividida em três biomas, Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado, sendo que os dois últimos apresentaram os maiores índices de espécies ameaçadas, o que engloba a fauna e flora. Os dados mostram que na Mata Atlântica, de 11.811 espécies avaliadas, 2.845 estão em ameaça, ou seja 24% do total, além disso, oito espécies foram declaradas oficialmente extintas.
Pesquisador do IBGE, Leonardo Bergamini explica que diversos fatores contribuem para que a Mata Atlântica figure como o bioma com maior número de espécies ameaçadas.
“Está relacionado com características intrínsecas ao próprio bioma, com muitas espécies endêmicas, espécies com distribuição restrita, mas também existe um fator que é o histórico de ocupação da Mata Atlântica, o bioma com maior histórico de ocupação e maior perda de área nativa. E há um terceiro fator: a maioria das instituições e centros de pesquisa está localizada nesse bioma, então existe uma maior disponibilidade de informações sobre sua biodiversidade, o que permite avaliar melhor o risco de extinção das espécies”.
No Cerrado, de 7.385 espécies avaliadas, 1.199 foram consideradas em risco, o que corresponde a 16,2% do total de animais e plantas avaliados. Apesar disso, o bioma não apresentou novas espécies em extinção.
Pantanal apresenta o menor índice de espécies em risco
Em contrapartida, o Pantanal apresentou os menores índices de espécies ameaçadas, com 4,1% dentre as 1.825 avaliadas. Apesar disso, desde a última pesquisa, realizada em 2014, o bioma registrou uma nova espécie em extinção.
Vale ressaltar que os biomas que tiveram maiores índices de espécies consideradas ameaçadas também registram maiores números de espécies avaliadas pela pesquisa.
A pesquisa baseou-se em listas de fauna elaboradas pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), e flora, pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Ao todo, foram avaliados 21.456 espécies de animais e plantas em todos os biomas do país, o que corresponde a 12% de toda a biodiversidade brasileira.