‘Jogadores que participarem da Superliga ficarão fora da Eurocopa e do Mundial’, diz presidente da Uefa
O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, foi incisivo sobre a criação da Superliga Europeia, criticou os clubes envolvidos e ainda afirmou que os jogadores que participarem do torneio podem ser impedidos de representar suas seleções nacionais. As informações são do jornal português “A Bola.
– Os jogadores que participarem dessa competição não poderão representar as seleções e nem participar de campeonatos Europeus e Mundiais. Todas as confederações estão de acordo nisso, temos do nosso lado as federações inglesa, espanhola, italiana e a Fifa, disparou.
Além disso, também nessa segunda-feira, a Uefa anunciou uma mudança no formato da Liga dos Campeões, que agora passará a ter 36 equipes.
– Preparámos uma Liga dos Campeões moderna e atrativa, na qual todos podem participar e ganhar – declarou o presidente da UEFA sobre a decisão. Mesmo assim, ele ainda voltou a criticar a criação da Superliga.
– A classificação para as competições europeias deve teve como base o mérito e que todos possam competir contra todos. Todos estamos contra este movimento.
Quando questionado sobre a ligação da criação do torneio com a pandemia de Covid-19, como alguns dirigentes de clubes envolvidos já haviam declarado, ele negou.
– Esta ideia não é de agora, já tem uns anos, não tem nada a ver com a Covid-19. Foi sendo cozinhada por pessoas como Florentino Pérez (presidente do Real Madrid) e Andrea Agnelli (presidente da Juventus). Isso tem a ver com a ganância de alguns. Confio nos clubes de França e Alemanha, que resistiram a esta tentação. Nem todo o futebol é corrupto – respondeu Ceferin.
O dirigente ainda garantiu que a Champions League poderá avançar sem os 12 clubes envolvidos: Milan, Inter de Milão, Juventus, Arsenal, Liverpool, Chelsea, Manchester City, Manchester United, Tottenham, Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid.
– Há muitos clubes bons na Europa. Vamos fazer a Liga dos Campeões com ou sem eles – finalizou.
ENTENDA A SUPERLIGA
Até o momento, os participantes da nova Liga são Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, pelo Big Six inglês. Na Espanha, Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid fazem parte da cúpula. Pela Itália, Inter de Milão, Juventus e Milan concluem o grupo. Outros três clubes são aguardados para dar início ao torneio.
O molde do torneio giraria em torno de 20 clubes, dentre os quais 15 são os fundadores. As partidas ocorreriam nos meios de semana e as equipes seguiriam participando de seus campeonatos nacionais, conforme o calendário tradicional. Em um modelo parecido com o da NBA, os grupos seriam divididos em dois, cada um com 10 integrantes, dentre os quais três avançariam diretamente às quartas de final.
Os clubes que terminarem a primeira fase em quarto e quinto de seus grupos, disputarão entre si, em dois jogos, quem assume as vagas restantes. Assim como na Liga dos Campeões, os confrontos pela fase inicial e playoffs seriam de ida e volta. A final, todavia, será disputada em jogo único e local neutro.
Segundo o comunicado emitido pela organização da Superliga, a ideia central é elevar o patamar do futebol europeu.
– Proporcionará um crescimento econômico significantemente maior e apoio ao futebol europeu por meio de um compromisso de longo prazo com pagamentos de solidariedade ilimitados que crescerão de acordo com as receitas da Superliga – afirmou o comunicado da Superliga
– Estes pagamentos de solidariedade serão substancialmente mais elevados do que os gerados pela atual competição europeia e deverão ser superiores a € 10 bilhões durante o período de compromisso inicial dos clubes – concluiu.
Ainda sobre pagamentos, a Superliga prometeu uma base financeira por volta de € 3,5 bilhões para os clubes fundadores compensarem os prejuízos pela pandemia da Covid-19 e melhorarem suas infraestruturas. Caso o valor se confirme, seria superior aos pagos pela Uefa em todas suas competições (Liga dos Campeões, Liga Europa e Supercopa Europeia).
Já Andrea Agnelli, vice-presidente da organização, e presidente da Juventus, afirmou que a Superliga aumentaria a solidariedade entre os clubes, e tornaria o esporte mais atraente para os fãs.
– Nossos 12 clubes fundadores representam bilhões de fãs em todo o mundo e 99 troféus europeus. Nós nos reunimos nesse momento crítico permitindo que a competição europeia se transformasse, colocando o jogo que amamos numa base sustentável para o futuro a longo prazo, aumentando substancialmente a solidariedade e dando aos torcedores e jogadores amadores um fluxo regular de jogos de destaque que irão alimentar a sua paixão pelo jogo e, ao mesmo tempo, fornecer a eles um modelo atraente – disse o italiano.
Fonte: Lance.com