Denunciado por corrupção, Reinaldo contrata advogado ‘especialista’ em governadores
O time de defesa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) no âmbito da Ação Penal 980, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), ganhou mais um integrante – o advogado Renato Cardoso de Almeida Andrade. Com ele, o grupo que tenta livrar o tucano do processo por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa agora soma 15 profissionais.
Andrade se juntou ao time de Reinaldo na última quarta-feira (3). A reportagem do site apurou que a entrada do novo advogado se deu a pedido de Gustavo Passarelli, que representa o governador neste e em outros processos.
Renato Andrade tem escritório no bairro do Ahú, em Curitiba (PR), em sociedade com Romeu Felipe Bacellar Filho. A firma se diz especializada na defesa de agentes públicos, entre outras frentes.
Azambuja não é o primeiro governador na lista de clientes de Renato Andrade. Nos anos 1990, ele defendeu o então governador do Paraná, Roberto Requião, hoje senador pelo estado. Atualmente, figura como advogado no bojo de uma ação penal na Justiça Federal que implica o também ex-governador paranaense Beto Richa em lavagem de dinheiro.
O novo membro do time de Reinaldo também já foi juiz do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral) e conselheiro federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Atualmente, preside o Tribunal de Ética e Disciplina da seccional paranaense.
MPF aponta Reinaldo como chefe de organização criminosa
Andrade se junta aos demais 14 advogados na tarefa de livrar o governador de Mato Grosso do Sul da denúncia do MPF (Ministério Público Federal), que aponta Reinaldo como chefe de uma organização criminosa instalada no Executivo estadual. O tucano teria recebido R$ 67,7 milhões em propina do grupo JBS, entre 2014 e 2016, em troca de subsídios fiscais que desfalcaram os cofres do Estado em R$ 209,7 milhões.
As investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Vostok – iniciadas após acordo de delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista – indicam que a propina era dissimulada via doações de campanha e emissão de notas fiscais “frias” de venda de gado e carne à JBS. Os “bois de papel” eram providenciados por pecuaristas aliados ao governador. Além de Reinaldo e de seu filho, Rodrigo Souza e Silva, outras 22 pessoas foram denunciadas ao STJ.
A reportagem procurou Renato Andrade em seu escritório e também por e-mail, mas não houve retorno até a publicação deste texto.
Corte Especial do STJ pode afastar Reinaldo do cargo
Relator da Ação Penal 980, o ministro Félix Fischer já pediu pauta para levar o processo à Corte Especial do STJ. O grupo de 15 ministros é responsável por decidir sobre um eventual afastamento de um governador do cargo.
Por enquanto, corre prazo para a manifestação das defesas no processo. Ainda no ano passado, o MPF se manifestou contrário ao desmembramento da ação, ou seja, opinou que todos os 24 denunciados deveriam ser julgados pelo STJ.
Fonte: Midiamax