Com decreto estadual e ‘fecha tudo’, mortes por Covid-19 caíram 28% em Campo Grande
Durante o ‘fecha tudo’ de Campo Grande, seguido pelo decreto estadual com restrições, as mortes por Covid-19 caíram 28,3%. A baixa de vítimas fatais do coronavírus contradiz os comentários negacionistas, que insistem em afirmar que as medidas não surtiram efeitos na Capital.
Campo Grande passou por duas semanas de restrições extremas de circulação e atividades comerciais. Assim, a cidade teve menos 7% de casos novos da Covid-19, que estabilizaram as infecções e baixaram as mortes causadas pela doença. Nestes 14 dias, Campo Grande teve 144 vítimas fatais do coronavírus.
Em 14 dias anteriores ao início do ‘fecha tudo’, a Capital registrou 201 óbitos causados pela doença. Então, a letalidade da Covid-19 caiu para 3% no município durante as medidas restritivas.
Restrições e o negacionismo
Nas redes sociais, internautas ainda se negam a aceitar as medidas restritivas como opção para frear a pandemia. Comentários negacionistas espalham desinformação sobre a pandemia e a situação grave em que Campo Grande se encontra.
Porém, como apresentado na reportagem, as mortes caíram durante o período de ‘fecha tudo’ em Campo Grande. De acordo com o enfermeiro Everton Lemos, doutor em infectologia e colaborador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), isto se deve a discreta estabilização no número de casos confirmados neste período.
Entretanto, o efeito não é imediato. Ou seja, ainda que a Capital tenha diminuído os óbitos naquele período, a flexibilização das medidas e desregramento da população podem causar a mesma quantidade de mortes que antes ou até maior.
Medidas restritivas são essenciais
“Medidas como essas, não têm impacto imediato. Precisamos manter ações restritivas para observar um efeito positivo nessas taxas”, ressalta Everton. Assim, ele afirma que quando há medida de restrição da mobilidade social, a taxa de isolamento melhora.
Então, quando há flexibilização das medidas, a taxa de isolamento diminui. “Essas taxas influenciam diretamente na circulação do vírus na comunidade”, explica. Com alta circulação, mais casos de Covid-19 são confirmados e consequentemente, mais pessoas precisam de assistência de Saúde.
“A tentativa de reduzir a mobilidade social, neste momento de alta circulação do vírus, é crucial”, destaca o especialista. Contrariando o negacionismo da efetividade das medidas restritivas, ele afirma que caso não sejam tomadas, “a superlotação nos serviços de saúde, e o número de óbitos pode ser ainda mais grave”.
Por fim, Everton afirma que não existe uma medida de solução imediata e para sair da situação crítica, a Capital precisa de medidas restritivas e vacinação contra a Covid-19. “Quanto maior a adesão da população no isolamento social, mais rápido poderemos sair dessa situação grave”.
Fonte: midiamax