Apesar de surto da doença da ‘urina preta’ no Norte do país, MS ainda não registrou casos

Casos de rabdomiólise têm chamado a atenção das autoridades sanitárias nos últimos dias no norte do país. A síndrome está associada à doença de Haff, também conhecida como ‘urina preta’. Foram registrados casos no Amazonas e a doença está relacionada a uma toxina encontrada em peixes e crustáceos. Neste ano, uma goiana desenvolveu a síndrome após comer sushi — um dos pratos favoritos dos sul-mato-grossenses.

Apesar do peixe estar presente em uma série de pratos muito queridos pelos sul-mato-grossenses, a doença não chegou ao Estado. “Não há registros da doença em Mato Grosso do Sul”, informou a SES (Secretaria de Estado de Saúde).

A doença da ‘urina preta’ é conhecida desde a década de 1920 e é causada por uma toxina presente nos peixes.  A substância provoca lesões nos músculos e pode danificar os rins. É daí que vem o nome da doença: os médicos a princípio descreveram que os pacientes tinham quadro com rigidez muscular e urina escura.

Quais são os sintomas?

Dados do portal do Ministério da Saúde apontam que os pacientes apresentam extrema rigidez muscular, dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e urina cor de café, pois o rim tenta limpar as impurezas, o que causa uma lesão na musculatura.

“A doença causa muitas dores musculares, lembrando a dengue, porém sem febre. Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo dos peixes ou crustáceos”.

Posso comer peixe?

Apesar de já ser conhecida há décadas, não há muitas informações sobre como prevenir a doença de Haff. Não há nada específico que possa ser feito, a única recomendação é não consumir pescados e crustáceos cuja origem, transporte ou armazenamento sejam desconhecidos. O ideal é comprar esses produtos em locais com garantia de segurança.

Para quem tem dúvida se pode ou não comer sushi, é importante saber que a toxina pode ser encontrada tanto no peixe cozido como cru. “Sabemos que é uma síndrome causada pelo que se imagina que sejam toxinas ingeridas por peixes. É uma toxina estável ao calor. Ou seja, não adianta ferver, fritar ou cozinhar o peixe contaminado”, informou o médico infectologista Antônio Bandeira, em material divulgado pela SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). Por enquanto, as autoridades de saúde não recomendam a suspensão do consumo de pescado. As causas do surto são investigadas.

Morte no Amazonas

Os casos de morte pela doença da ‘urina preta’ não são tão comuns. O médico Antônio Bandeira explica que a maioria dos pacientes evolui bem após serem acometidos pela síndrome. “Os sintomas melhoram a partir de 24 horas, e as dores desaparecem em até 72 horas. É uma doença autolimitada, com potencial mais raro de insuficiência renal e, excepcionalmente, a morte”, disse à SBI.

Contudo, o Amazonas ficou em alerta após registrar um óbito. Foram registrados mais de 50 casos no Estado, mas a única morte foi de uma mulher de 51 anos.

Midiamax

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