Ciúmes e sentimento de posse levaram 20 mulheres à morte em Mato Grosso do Sul

Promessa de mudança, juras de amor e até carinhos para tentar esconder ao máximo o lado perverso, possessivo e principalmente ciumento de homens que não aceitam o fim do relacionamento ou a presença de outro indivíduo na vida das mulheres. 

Com esse enredo, Mato Grosso do Sul registrou 20 feminicídios no primeiro semestre de 2022, número muito alto comparado a outros anos.

A última vítima de feminicídio no estado foi Daniela Luiz, de 30 anos, moradora de Ribas do Rio Pardo, município distante a 90 quilômetros de Campo Grande. Ela foi morta a facadas pelo seu namorado, João José Furtado Nunes, de 32 anos, na noite desta quarta-feira (1°) e não teve nenhuma chance de defesa.

Mas, além dela, a atitude ofensiva do homem também atingiu o filho da mulher, identificado como Gustavo Luiz dos Santos, de 14 anos, que também foi alvo de várias facadas no peito e nas costelas, não resistindo e morrendo em um dos cômodos da residência onde a família morava.

O rastro de violência contra as mulheres se estende por várias cidades do estado sul-mato-grossense, que alcançou 20 óbitos – ou seja, uma média quase 3 feminicídios por mês no primeiro semestre.

De acordo com as estatísticas divulgadas pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), janeiro foi o mês mais cruel para as mulheres com 7 vidas perdidas. Abril registrou 4 feminicídios, com fevereiro e maio aparecendo com 3 óbitos, março tendo 2 registros e junho registrou o primeiro caso.

Para efeito de comparação, Mato Grosso do Sul registrou 32 feminicídios ao longo do ano passado. Os registros deste ano já sufocam as estatísticas e mostrando a base de casos por cada mês, é passível que os números do ano passado sejam superados.

As vítimas foram mortas das maneiras mais cruéis e pesadas possíveis. Asfixiamento como foi o caso de Natalin, tortura com a Francielle e até facadas como o próprio caso de Daniela.

Na maioria dos casos, o suspeito é o marido ou namorado. Nas situações corriqueiras, o acusado é preso e passa a responder pelo crime cometido, em outras ocasiões, acaba morrendo em confronto com a polícia, como aconteceu com João José Furtado.

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