Mulher enterrada viva em MG teve traumatismo craniano, mas respira sem ajuda de aparelhos e evolui bem, diz médico

Segue em estado grave a mulher de 36 anos ‘enterrada’ viva em uma gaveta mortuária do Cemitério Municipal de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira. A atualização estado de saúde da paciente foi repassada ao g1 pelo médico Henrique Slaib, diretor geral do hospital e cirurgião assistente da paciente.

Slaib conversou com a reportagem sobre as condições que a vítima chegou à unidade de saúde na manhã da terça-feira (28). Antes de ser socorrida, ela passou cerca de 10 horas presa na gaveta, depois de sofrer agressões de uma dupla que foi até a casa dela cobrar por drogas e armas que teriam ‘extraviado’.

“Ela chegou muito suja, com vários cortes grandes no couro cabeludo, uma lesão grave no dedo da mão, fratura nos braços e possivelmente uma fratura de perna, além de traumatismo cranioencefálico (TCE)”.

Conforme ele, a sedação foi retirada nesta quarta, mas ela ainda encontra-se em estado sonolento. “Ela foi levada ao CTI, onde foi feita limpeza e sutura. Agora a pressão está mantida por condições próprias e ela respira sem a ajuda de aparelhos. Ainda está torporosa, mas não sabemos quando é da sedação residual”, completa.

Desidratação

O médico também disse que a paciente chegou muito desidratada à unidade, situação que pode ter se agravado em função do local onde ela ficou presa por mais de 10 horas. Ele, porém, diz que ainda é cedo para avaliar alguma sequela provocada pela falta de oxigenação no cérebro.

“Ainda não sabemos quantos por cento da situação foi causada pelo trauma e quanto é hipóxia cerebral [condição em que não chega oxigênio suficiente às células e tecidos do corpo]. Isso terá que ser avaliado em uma ressonância. Mas ainda é cedo para isso. Focamos na fase mais primária, de salvar a vida dela. A tomografia feita indica que não será necessária cirurgia”.

O médico também ressalta sobre as possíveis condições prévias da mulher, que ajudaram a agravar o quadro clínico na chegada ao hospital. “O local onde ela ficou (gaveta) é possivelmente quente e ela não ingeriu nada. Sem contar nas condições adicionais, como as fraturas e as próprias condições de saúde dela”.

Questionado sobre o possível tempo que ela poderia suportar ainda no cemitério, o cirurgião preferiu não opinar. “Eu não sei as condições do local onde ela estava, se tivesse fresta talvez pudesse ficar mais tempo. A questão maior são os golpes da agressão, algumas com cortes contusos, causados por algum objeto como faca, facão ou algo do tipo”.

Mesmo com quadro grave, ela está em evolução, segundo ele. A equipe aguardará pela evolução da paciente nas próximas 48 horas.

Globo.com

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