Os caminhoneiros são alvos de dezenas de golpes nas estradas brasileiras. Pelas rodovias que passam por Chapadão do Sul muitos foram sequestrados, assassinados e perderam seus veículos para quadrilhas especializadas no roubo de cargas e acessórios. A região entre Chapadão do Sul e Cassilândia até a rotatória  com a BR-060 foi – por anos – território de quadrilheiros que atacavam motoristas na estrada ou estacionados em postos de combustíveis para roubar os veículos e cargas valiosas como agrotóxicos. Ontem a Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro tirou de circulação bandidos perigosos que mantinham em cativeiro profissionais do volante enquanto as carretas eram  conduzidas pelo MS em direção a Ponta Porã e voltavam com carregamentos de drogas

No total, na Operação Carga Pesada, foram expedidos 11 mandados de prisão, expedido pela Justiça Estadual do Rio de Janeiro. O MP não divulgou em quais estados essas pessoas foram detidas. A quadrilha carregava os caminhões em Ponta Porã (MS) com a droga, que depois voltavam para o Rio de Janeiro para abastecer comunidades dominadas pelo Comando Vermelho (CV), a partir do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

Segundo nota divulgada pelo MPRJ, a quadrilha atraía os caminhoneiros para comunidade do Mutirão, no bairro de São José do Imbassaí, sob pretexto de contratação de fretes inexistentes, roubando os caminhões após a rendição dos profissionais. As vítimas eram mantidas por dias em cativeiro, sob ameaça e privadas de água e alimentos. Os caminhoneiros eram obrigados a atender telefonemas para evitar que os caminhões fossem apreendidos em rodovias.

O grupo conta com advogados e despachantes, inclusive em outros estados, para a intermediação e negociação da liberação desses veículos, em caso de retenção em fiscalizações das polícias. A organização criminosa é dividida em núcleos. A chefia, que planeja os crimes e atrai as vítimas, é integrada pelo traficante Marcos Vinícius Dias Laurindo, vulgo “Lobo Mau”, chefe do tráfico na comunidade do Mutirão, e pelo seu braço-direito, Wesley Gomes Toledo, vulgo “Pitbull”.

Além da chefia, a organização criminosa é formada pelo núcleo operacional, que atua na via pública, abordando e roubando as vítimas, e é responsável pela vigilância do cárcere, e o núcleo dos caminhoneiros, responsável por dirigir os caminhões subtraídos até a fronteira com o Paraguai para a busca de entorpecentes.

No ano passado o Serviço de Inteligência da Polícia Militar de Chapadão do Sul investigava a possível ação de quadrilhas em várias cidades da Região do Bolsão. Os quadrilheiros atacavam tudo que possui valor comercial, especialmente agrotóxicos já encomendados por receptadores de cargas roubadas. No ano passado um galpão com milhões  em defensivos foi atacado no bairro Nova Capital, em Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia. O motorista da carreta foi rendido e amarrado no mato.   (Foto campograndenews.com.br)

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