Os alunos matriculados no Ensino Infantil a partir do nível 1 (com idades a partir de 4 anos) até os alunos do 9°ano do Ensino Fundamental, voltarão às atividades em sala de aula a partir do dia 4 de Agosto de 2021, após o feriado municipal.

Já os alunos da área rural terão retorno programado para início das aulas no dia 9 de agosto. Também respeitando o sistema de alternância semanal, com turmas com 50% da capacidade.

A Secretaria de Educação ainda não tem informações sobre o retorno presencial das crianças inscritas no projeto Cuidar, com idades entre 6 meses a 3 anos.

Sistema de alternância

Se até a data de volta às aulas o município de Cassilândia estiver com a classificação Vermelha no sistema Prosseguir de monitoramento da Covid-19 no estado do MS, o esquema para o retorno dos alunos às escolas será de 50% de ocupação da sala de aula, em sistema de alternância semanal, ou seja, metade dos alunos estarão na sala de aula em uma semana e a outra metade permanece em casa. Na semana seguinte, alternam-se as turmas.

“Se o município passar para a faixa laranja, conseguiremos atender uma quantidade maior de crianças (70%). Por exemplo, aquela criança que tem dificuldade em fazer a atividade em casa por dificuldade de conexão, pois sabemos que nosso maior desafio é a conexão digital, poderemos nos reorganizar para voltar a receber esse aluno na escola todos os dias. Mas isso só será possível se a comunidade fizer seus esforços e, juntos, conseguirmos mudar da faixa vermelha para a laranja. Neste momento em que estamos na faixa vermelha, 50% das crianças permanecem em casa fazendo as atividades e 50% vai pra escola”, explicou a secretária.

Trabalho em conjunto

Estão matriculados nos 11 centros educacionais da rede municipal de ensino (sendo 6 creches e 5 escolas),  2279 alunos, e ao longo de todo a pandemia a Secretaria de Educação tem feito esforços para manter todos os alunos ativos, apesar das dificuldades acentuadas pela pandemia.

“Fazemos um trabalho muito próximo com o Conselho Tutelar”, explicou a secretária, com o objetivo de manter a regularidade dos alunos e evitar evasão escolar. Se o professor identifica que um aluno não está mais participando das atividades, rapidamente o Conselho Titular é acionado para verificar o motivo junto da família.

“Um grande equívoco da comunidade é dizer que não teve aula durante a pandemia. Nossos profissionais trabalharam, sim, e com todos os desafios. Pois a pandemia nos trouxe um desafio vital, não apenas profissional, que nós estamos superando dia após dia”, ressalta a secretária, que faz um apelo à comunidade: “Nesse momento, o que a gente espera é que realmente toda comunidade colabore, pois os números dos casos da doença só irão cair se cada ser humano tomar as devidas providências para combatermos essa pandemia, como manter o isolamento social, lavar as mãos, usar máscara e não rejeitar o que a ciência está nos dizendo, para que a gente possa caminhar para chegar na faixa verde”.

 Profissionais de Educação 100% vacinados

Elza Cordoni informou que 100% dos profissionais de educação do município já estão vacinados com a primeira dose e grande parte já recebeu a segunda dose. “Muitos dos nossos profissionais receberam o imunizante da AstraZeneca, que agora teve o intervalo para a segunda dose ampliado de 60 para 90 dias, mesmo assim projetamos que até o início de agosto todos os profissionais da educação estarão completamente imunizados”, garante.

Com 35 anos de vida pública no município de Cassilândia, Elza Cordoni contou que já passou por, praticamente, todas as modalidades da Educação Municipal e destacou a atuação dos professores durante a pandemia. “A pandemia veio nos desafiar como profissional, como pessoa e como ser coletivo. É um momento que não dá pra gente pensar somente na gente, precisamos pensar no coletivo”, diz. 

“Nossos professores se dedicaram ao máximo, se reinventaram, cada um criou, inventou, superou esse desafio do seu modo. A Secretaria de Educação está se reconstruindo dia a dia. Nossa projeção é de voltar da forma mais serena possível, com muita gratidão aos pais por confiarem em nós, e muita gratidão aos nossos profissionais, por terem se mobilizado e construído esse desafio novo de atender nossas crianças”, destacou.

Parte desses esforços são as ações de treinamento de formação continuada que os profissionais de educação no município têm participado junto à Secretaria da Educação, como forma de preparação para o retorno das aulas dentro da unidade escolar.

Pensar coletivamente

Além de preparar a escola para atender às normas de biossegurança (como instalação de dispensers com álcool em gel, distribuição de carteiras em sala de aula com distanciamento, entre outras medidas), a escola também precisará lidar com as barreiras emocionais levantadas neste período, como a questão do luto. Para ajudar nessa missão, as escolas contam com uma psicóloga.

“Na verdade, não será apenas a criança enlutada que iremos receber, mas também aquela que teve uma defasagem curricular nesse período, e que temos feito um esforço para mantê-la na escola. Temos também funcionários que perderam familiares, que enfrentaram a doença (de forma leve até grave), equipes que perderam um colega de trabalho, e as famílias de forma geral. Então será um trabalho coletivo e juntos iremos nos fortalecer. Bem parecido com a história do porco espinho que, mesmo tendo espinhos, no inverno eles se juntam para se aquecer. Por isso digo que estamos vivendo um dia de cada vez, para que possamos juntos,  coletivamente, superar com serenidade cada desafio vencido”, acredita Elza.

Por Cínthia Schmidt
www.jornalcassilandia.com.br