A psicóloga Suellen Nogueira Boni explicou por que muitas pessoas ficam ansiosas e estressadas nesta época do ano

Estamos chegando na reta final de 2021. E uma pesquisa de uma associação internacional que mede o estresse (ISMA) revelou que o nível do estresse aumenta em média 75% nesta época do ano.

A pesquisa entrevistou 678 pessoas, com idades entre 25 a 55 anos. Que disseram como se sentem nessa época do ano. Confira o resultado:
75% ficam mais irritadas,
70% mais ansiosas,
80% sentem a tensão no corpo e
38% têm problemas para dormir.

E para entender um pouco mais sobre como o estresse, a depressão e a ansiedade podem aumentar, ainda mais nesta época do ano, conversamos com a psicóloga Suellen Barbosa Nogueira Boni, no Jornal Quinze Minutos, da TV Cassilândia em Foco.

A psicóloga explica que o final do ano carrega a pressão do ano inteiro. “Eu costumo dizer que a gente tem um copinho de água e que ele vai enchendo, então chega no final do ano, ele já está cheio. E o ano novo é marcado com essa ideologia de recomeço, de que vamos fazer tudo novo. Então a gente “esvazia” esse copinho e aí vai enchendo tudo de novo ao longo do próximo ano”, define Suellen. Por isso essa sensação de “aperto” nesta época do ano.

E isso foi ainda mais potencializado pela pandemia. “A pandemia veio como um nevoeiro, uma neblina densa que a gente não conseguia ver, mas sabia que que precisava continuar. E a gente precisou se reinventar todos os dias”, destaca a psicóloga. Para ela, reinventar é a palavra do momento. Por que com a pandemia nós precisamos aprender a buscar novos recursos e traçar novas habilidades para lidar com toda a demanda que veio com a pandemia.

E isso afetou a todos. Em diferentes graus. Suellen lembra o período mais crítico da pandemia, em que muitas famílias vivenciaram situações de pessoas que iam para leitos de UTI e não retornavam, ou pessoas que iam e voltavam, e passavam por essa situação de serem entubadas, em que imaginavam que não veriam mais seus filhos, marido… e tudo isso afetou não somente os adultos, mas as crianças também, que acompanharam tudo de perto.

Quando procurar ajuda
“A saúde mental, a saúde psíquica, precisa ser alimentada diariamente”, ressalta a psicóloga. Não somente após uma doença, ou após a pandemia, ou após um momento de caos na sua vida. “A gente precisa fazer isso todos os dias, justamente para não adoecer, para não chegar nesse fim”.

E o corpo dá alguns sinais de que a saúde mental não está muito bem: queda de cabelo, nervoso, irritabilidade, dor no estômago, gastrite, insônia, dor no corpo, medo excessivo, “tem gente que tem medo de sair de casa, tudo isso são sintomas da ansiedade, da depressão e do estresse”, destaca Suellen.

E quando a saúde mental está em desequilíbrio, não apenas a nossa saúde física é impactada, mas também todo o ambiente ao qual nos relacionamos, como família e trabalho. “Nós fazemos parte de um conjunto. Se a gente não está bem, todas essa partes também não ficam como consequência. Então precisamos nos tratar. Muitas vezes falamos: “preciso mudar fulano”, mas não. Precisamos nos mudar, nos melhorar, para que nosso entorno também melhore”, orienta.

Rompendo preconceitos
Ainda há muito preconceito na hora de buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. “Se você tem um problema na perna, vai no ortopedista. Se sente algo no coração, procura um cardiologista. Se você está com um problema na mente, precisa ir no psiquiatra ou no psicólogo, por que é a nossa mente que controla uma série de fatores no nosso organismo. Então o problema com o sono, a dor no estômago, tudo isso é causado pela mente”, explica.

Por Cínthia Schmidt

Assista a entrevista:

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