Construtores ajustam estoques, mas alta nos preços dos materiais ainda preocupa em MS
No final do ano passado, os construtores de Mato Grosso do Sul enfrentaram escassez nos materiais para construção e precisaram se adequar às altas sofridas nas tabelas de preços. Atualmente, já passada a metade de 2021, o segmento finalmente ajustou o estoque para conseguir manter os trabalhos, mas a instabilidade nos preços ainda preocupa a categoria.
Conforme o presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Diego Canzi Dalastra, o setor superou o desafio de se ajustar à nova realidade em meio carência de matéria-prima e aos longos prazos de entrega.
“Com relação à escassez, a situação não está tão grave como no ano passado, mas ainda não se normalizou. O prazo de entrega de um material de construção que antes era 15 dias ou 20 dias, hoje está levando até 90 dias. Por mais que o próprio comércio tenha se autorregulado, ainda sofremos com o prazo de entrega”, explica.
O outro problema é que, em meio à crise decorrente da pandemia, os materiais de construção também vêm sofrendo constantes reajustes e, em meio a escassez já mencionada, houve situações em que obras foram paralisadas devido à falta de matéria.Assim, qase um ano depois da ‘pane’ no setor, os materiais seguem sofrendo constantes reajustes nos valores e instabilidade é a “dor de cabeça” dos construtores.
“Com relação aos custos, está tendo aumentos constantes, o mercado ainda não se estabilizou, a cada 60 dias vem um novo aumento e ainda continua tendo inflação nos materiais de construção”, comenta Dalastra.
Variação de 575% no interior
Em abril, a prefeitura de Dourados, através do Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) realizou pesquisa de preços de materiais de construção em 12 estabelecimentos. Durante o levantamento foi encontrada diferença de até 575% nos valores repassados ao consumidor.
O ferro vergalhão 5mm apresentou 575% de diferença entre o estabelecimento com o preço mais alto e o mais baixo. O Vaso Sanitário Acoplado branco apresentou diferença de 520% entre o local com menor e maior preço.
A diferença geral de preços entre o estabelecimento com preço mais barato e com preço mais caro foi de 24,07 %. Foram encontrados nesta pesquisa, 22 produtos com variação acima de 50%, entre o menor e o maior preço de um estabelecimento para outro.
Fonte: Midiamax